Transição de carreira não tem idade!

Especialistas afirmam que não há idade para transição de carreira, e que maturidade ajuda profissional a ter mais segurança ao arriscar uma nova área.

 

Transição de carreira – mais do que uma aventura, é uma necessidade. Riscos calculados não geram arrependimentos. Arrisquei-se, sem colocar a sua vida em um novo problema. Mundiblue.

 

A frase, de autoria do psicólogo americano Walter Pitkin, intitula um livro escrito por ele em 1932 e defende a ideia de que, aos 40 anos, por estarmos mais maduros, vivemos melhor e com mais propósito.

Se, por um lado, a maturidade traz mais segurança, por outro ela pode despertar o desejo de mudança e a coragem para iniciar uma nova carreira.

Não existe idade para fazer transição de carreira

Apesar de a idade trazer mais segurança para tomar decisões, ela ainda é um empecilho quando o assunto é mudança de carreira.

Muitas pessoas têm medo de fazer uma transição na vida profissional por se acharem velhas demais, o que  é uma ideia extremamente equivocada.

Existem queixas como, já passei do tempo ou estou muito velho, sendo que não existe idade para fazer uma transição de carreira, principalmente se pensarmos que as pessoas estão vivendo cada vez mais.

A nossa geração vai viver até depois dos 80, o que nos dá tempo suficiente para ter pelo menos duas ou três carreiras ao longo da vida.

Além disso, profissionais mais experientes contam com uma vantagem em relação a pessoas mais jovens, as chamadas soft skills.

Segundo Stefan Ligocki, especialista no mercado de longevidade, as habilidades e os conhecimentos acumulados ao longo dos anos se tornam um grande diferencial no processo de transição.

“Se você tem mais de 40 anos, você nunca vai começar do zero, porque você tem uma série de soft skills que são extremamente importantes quando se pensa em mudança de carreira. Habilidades como comunicação assertiva, inteligência emocional e resiliência são adquiridas por meio de experiências, e pessoas mais jovens não têm isso tão desenvolvido”, destaca.

Muitas vezes a transição vem como uma necessidade do profissional mais maduro, que tem dificuldade de se recolocar no mercado.

E o primeiro passo nesse processo é superar a ideia de que existe idade para recomeçar.

Apesar de não existir um momento certo para fazer a transição de carreira, especialistas afirmam que esta decisão precisa ser planejada e bem estruturada.

Alguns fatores entre eles, está o financeiro, deve ser levado em conta pelo profissional ao fazer esse movimento de mudança.

“Outro ponto importante é entender o mercado para o qual você vai migrar e buscar qualificação para ter uma transição bem-sucedida”, acrescenta Ligocki.

4 dicas para fazer uma transição de carreira bem-sucedida

1. Faça uma auto avaliação

Antes de partir para a transição de carreira, é ideal avaliar se a insatisfação vem realmente da carreira que você está. Segundo especialistas, o autoconhecimento é fundamental.

“É importante refletir sobre o cenário que você está, as atividades que faz no dia a dia para ter mais clareza da mudança. Porque às vezes o problema não é com o que você faz, mas com a empresa, os colegas de trabalho, o gestor. E nesse caso, não precisa de uma transição de carreira, uma mudança de emprego já funcionaria”, diz Stefan Ligocki.

Além disso, buscar ajuda de um profissional para fazer um mapeamento de perfil para entender quais são suas prioridades e habilidades pode facilitar no processo de transição.

“Às vezes você é um médico que não quer mais atender em consultório, mas tem outras áreas que você pode atuar, como fazer pesquisa. Não necessariamente precisa fazer outra faculdade, nem experimentar tudo para saber o que não quer”, explica Alessandra de Faria.

2. Tenha planejamento financeiro

Dificilmente um profissional conseguirá fazer uma transição de carreira bem-sucedida sem planejamento financeiro.

Por isso, é importante pensar nos gastos e no tempo necessário para fazer a mudança.

Segundo Faria, o ideal é que a pessoa faça a transição enquanto ainda está em outro emprego para criar uma reserva e não se comprometer financeiramente.

“O pior erro que as pessoas podem cometer é decidir mudar de carreira e, de forma impulsiva, pedir demissão. Alguns movimentos de carreira demandam investimento, então ter uma reserva é fundamental”, destaca Faria.

3. Busque qualificação

Antes de começar uma nova carreira, é fundamental se qualificar e preencher as lacunas que você tem para atuar em um novo mercado.

É importante se perguntar: o que eu preciso fazer para trabalhar nessa área?

Um curso de especialização, uma pós?

É um estágio em uma empresa grande, ou uma nova faculdade?

Com isso em mente, o profissional deve ir atrás de conhecimento e qualificação.

4. Construa uma rede de networking

Em qualquer transição de carreira, é preciso trabalhar o networking não só porque você precisa construir sua reputação, mas porque as pessoas que já atuam naquele setor poderão te ajudar a entender melhor o mercado.

Ligocki recomenda participar de eventos presenciais para se conectar com outros profissionais, além de usar as redes sociais para construir uma rede.

“Mas é importante lembrar que essa rede precisa ser construída e ativada meses antes da transição, não é algo que você vai começar a fazer quando pedir demissão. Networking leva tempo, e precisa ser ativado com frequência. A pessoa vai precisar de 6 meses a 1 ano para fazer esses contatos”, finaliza.

Fonte:

Stefan Ligocki, especialista no mercado de longevidade.

Alessandra de Faria, especialista em mudança de carreira.

BBC Brasil.

Época Negócios – Futuro do Trabalho.

Mundiblue.

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