Mulheres na tecnologia ganham menos que homens e têm dificuldade de obter recursos para empreender, aponta pesquisa do Web Summit

Pesquisa destaca que, apesar dos esforços, 56% das mulheres acreditam que as iniciativas para combater a desigualdade ainda são insuficientes.

 

Com 68% acreditando no potencial da inteligência artificial para promover a igualdade de gênero, setor ainda carece de representatividade significativa, com apenas 14% de líderes femininas. Foto: Unsplash

 

As mulheres no setor de tecnologia continuam enfrentando desafios significativos, como salários desiguais, sub-representação e dificuldades para conseguir financiamento, de acordo com um relatório global divulgado no dia 02 de Outubro de 2024.

Esta é a quinta edição do estudo sobre mulheres na tecnologia feito pelo Web Summit, e contou com a participação de mais de 1.000 mulheres.

Cerca de 29,6% das entrevistadas destacaram a dificuldade em obter financiamento como um dos principais obstáculos para iniciar um negócio, refletindo uma tendência global em que startups lideradas por mulheres lutam para atrair capital de risco.

Além disso, mais da metade das participantes relataram a escassez de mulheres em cargos de liderança, e 51% sentem que são injustamente compensadas em comparação com os homens.

O relatório também indica que o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é um desafio crescente, com 49,1% das mulheres se sentindo pressionadas a escolher entre carreira e família.

O sexismo no ambiente de trabalho ainda é uma realidade, afetando 50,8% das entrevistadas.

Apesar das dificuldades, cerca de 76% se sentem capacitadas para ocupar ou manter posições de liderança.

Além disso, as mulheres relataram a necessidade de trabalhar mais do que seus colegas homens, com 75% reconhecendo essa pressão.

As entrevistadas apontaram:

  • preconceitos de gênero inconscientes,
  • a falta de modelos femininos,
  • a síndrome do impostor,
  • ausência de redes de apoio como os principais desafios que enfrentam.

Carolyn Quinlan, vice-presidente do Web Summit, expressou sua frustração com a persistência de problemas como:

  • sexismo –  discriminação, preconceito contra um gênero geralmente, acontece com mulheres.
  • remuneração injusta,
  • síndrome do impostor –  experiência individual baseada em uma autopercepção de falsidade intelectual ou seja, de ser uma fraude.

“É frustrante que questões como o sexismo e a remuneração injusta continuem a surgir. No entanto, não posso deixar de me sentir esperançosa”, comentou, ressaltando o aumento da participação feminina em eventos do setor.

Embora a indústria de tecnologia tenha avançado em termos de representação feminina, cerca de 56% das mulheres acreditam que as ações para combater a desigualdade de gênero ainda são insuficientes.

Ao mesmo tempo, 69% das entrevistadas estão insatisfeitas com os esforços de seus governos para promover a equidade.

A pesquisa também revela um otimismo em relação ao potencial da inteligência artificial (IA) para impulsionar mudanças positivas, com 68% das participantes acreditando que a tecnologia pode ajudar na promoção da igualdade de gênero.

Isso se alinha com estudos recentes que indicam que a IA, quando utilizada de forma responsável, pode expandir as oportunidades e melhorar a colaboração no local de trabalho.

O relatório reflete tendências globais, mostrando que as mulheres ainda representam apenas 14% dos líderes de tecnologia no mundo.

Além disso, as startups fundadas apenas por mulheres continuam a receber apenas uma fração do financiamento disponível, evidenciando a necessidade urgente de um esforço coletivo para enfrentar essas disparidades.

Fonte:

Quinta edição do estudo sobre mulheres na tecnologia feito pelo Web Summit.

Carolyn Quinlan, vice-presidente do Web Summit.

Época Negócios – Futuro do trabalho.

Mundiblue.

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