Pensar realmente dói, dizem especialistas – e isso pode afetar o trabalho

Análise identificou uma ligação forte e consistente entre o esforço mental e sentimentos desagradáveis, como insegurança, desânimo, irritação, estresse e aborrecimento.

 

Trabalho — Foto: Pexels.

 

Uma revisão de pesquisas anteriores confirma uma sensação que muitos já tiveram ao tentar resolver um problema difícil no trabalho, pesar em prós e contras de uma decisão ou entender o que aconteceu em um filme complicado: pensar realmente dói.

Segundo o site Science Alert, pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, afirmam que os resultados de seu meta estudo fornecem fortes evidências de que, mesmo quando as pessoas optam por fazer algo mentalmente desafiador no trabalho por exemplo, provavelmente não é porque elas acham o esforço em si prazeroso.

“Gestores costumam incentivar funcionários, e professores incentivam alunos a se esforçarem mentalmente. Superficialmente, isso parece funcionar bem: funcionários e alunos frequentemente escolhem atividades mentalmente desafiadoras. A partir disso, você pode ser tentado a concluir que funcionários e alunos tendem a gostar de pensar intensamente. Nossos resultados sugerem que essa conclusão estaria errada: em geral, as pessoas realmente não gostam de esforço mental.” disse o psicólogo Erik Bijleveld.

A equipe analisou 170 estudos publicados entre 2019 e 2020, envolvendo 4.670 participantes em mais de 350 tarefas cognitivas diferentes.

Embora houvesse muita variedade nas pesquisas, todos usaram um padrão chamado NASA Task Load Index (ou NASA-TLX) para avaliar a carga mental.

A análise identificou uma ligação forte e consistente entre o esforço mental e sentimentos desagradáveis, como insegurança, desânimo, irritação, estresse e aborrecimento.

Quanto maior o esforço mental, maior o desconforto.

“Nossos estudos mostram que o esforço mental é sentido como desagradável em uma ampla gama de populações e tarefas. Isso é importante para profissionais como engenheiros e educadores, terem em mente ao projetar tarefas, ferramentas, interfaces, aplicativos, materiais ou instruções”, diz Bijleveld.

As descobertas do estudo estão alinhadas com pesquisas anteriores, que mostraram que tarefas mentais difíceis podem causar uma espécie de esgotamento cerebrale que a concentração intensa por longos períodos pode até levar à toxicidade no cérebro.

Então, por que as pessoas se envolvem por vontade própria, em atividades mentalmente desafiadoras, como jogar xadrez?

Os pesquisadores acreditam que isso pode acontecer porque há algum tipo de recompensa, como ganhar o jogo, socializar com outras pessoas ou receber dinheiro por exemplo.

Fonte:

Site Science Alert,

Universidade Radboud – Holanda.

Erik Bijleveld – Psicólogo.

Época Negócios – Futuro do Trabalho.

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