A conclusão é de Andrea Mechelli, psicólogo e neurocientista que criou aplicativo para medir a influência do ambiente urbano ou rural na saúde mental das pessoas.

Andrea Mechelli, psicólogo clínico e neurocientista, é professor de intervenção precoce em saúde mental no King’s College London.
Ele é o líder do projeto Urban Mind, um estudo de pesquisa codesenvolvido com a fundação artística Nomad Projects e os arquitetos paisagistas J&L Gibbons que, desde 2018, analisa como aspectos do ambiente urbano afetam o bem-estar mental.
As suas descobertas recentes sugerem que a natureza, e certas características como a diversidade natural e o canto dos pássaros, podem melhorar a nossa saúde mental, relata o The Guardian/Jornal independente.
O cientista desenvolveu um aplicativo chamado Urban Mind, que mede a qualidade do ambiente das pessoas, incluindo tanto os aspectos sociais quanto os aspectos ambientais.
“Esperava que os aspectos sociais fossem muito importantes; por exemplo, se alguém se sente seguro e incluído no seu entorno. Mas, para minha surpresa, o efeito mais forte, de longe, foi o benefício da natureza.”
Em diferentes países e culturas, diz, os encontros com a natureza levam a um aumento do bem-estar mental que dura várias horas.
“Esses benefícios são evidentes mesmo quando as pessoas têm encontros acidentais com a natureza durante sua vida diária. Por exemplo, ouvir o canto dos pássaros no caminho para o trabalho.”
Segundo ele, o risco de desenvolver depressão é cerca de 20% menor em pessoas que moram perto ou passam muito tempo perto de espaços verdes.
Mas não é preciso sair das cidades grandes para desfrutar desses benefícios, diz.
“Mesmo pequenos espaços verdes podem levar a melhorias mensuráveis no bem-estar mental, que perduram ao longo do tempo. Portanto, mesmo em um ambiente urbano denso, você pode acessar árvores e ouvir o canto dos pássaros. Descobrimos que quando as pessoas conseguem ver árvores, há um aumento no seu bem-estar mental, e isso dura pelo menos oito horas. Encontramos resultados semelhantes para o canto dos pássaros. Pequeno ainda pode ser impactante.”
A participação ativa – quando se realiza um ato de cuidado com a paisagem, também pode ser muito poderosa.
Por exemplo, plantar ou cuidar de árvores aumentará a biodiversidade, mas também reduzirá a poluição atmosférica e terá um benefício direto no nosso próprio bem-estar mental.
“Regar as áreas verdes ao redor de onde você mora já dá essa sensação de estar cuidando da paisagem e, portanto, de si próprio”, diz.
Fonte:
Andrea Mechelli, psicólogo clínico e neurocientista, é professor de intervenção precoce em saúde mental no King’s College London.
Época – Ciência e Saúde.