Pesquisadores revisaram 1.200 estudos para investigar de onde vêm nossos instintos e tendências padrão na forma como agimos; A resposta está na neurociência do desenvolvimento cerebral.
Em ambientes de trabalho cada vez mais complexos e de sobrecarga, profissionais estão cada vez mais dependentes de instintos e tendências, as formas padrão de pensar e se comportar quando não há tempo para pensar, em uma espécie de piloto automático e muitas vezes inconsciente do mundo ao redor.
São associações simples em vez de conhecimento complexo: isso é bom e aquilo é ruim; se isso acontecer, faça isso ou aquilo, e etc.
Pensando em entender com mais profundidade o comportamento humano no trabalho e como ele molda líderes, pesquisadores revisaram mais de 1.200 estudos e concluíram que as respostas estão na neurociência do desenvolvimento cerebral e isso começa na infância.
Mas afinal, como isto acontece?
As evidências apontam que a qualidade de nossos relacionamentos com nossos cuidadores em apenas nove meses está bastante relacionada a atitudes subsequentes de autoridade, o que pode afetar a forma como lideraremos no futuro.
Já o grau de ansiedade que desenvolvemos pode ter ligação com os nossos relacionamentos parentais nos primeiros três anos de vida.
E a capacidade de regular emoções é considerada cerca de 60% herdada geneticamente.
Segundo os pesquisadores, o motivo por trás da nossa personalidade ser moldada ainda na infância é porque caminhos neurais ou cadeias de células cerebrais são formadas pelas primeiras experiências e se tornam base para os comportamentos posteriores, seja no trabalho ou em outros aspectos da vida.
A Fortune, elencou três aspectos cruciais da liderança que sofrem essa influência e que quando temos tempo para focar neles, geralmente conseguimos gerenciar e controlar.
No entanto, sob pressão e sem tempo, tendemos a agir conforme os comportamentos padrões associadas a caminhos neurais já estabelecidos.
Confira:
1. No que focamos: atitudes em relação a risco e recompensa, preferência por informações e soluções familiares ou novas, e os tipos de pessoas que preferimos consultar e ouvir.
2. Nossa emocionalidade e capacidade de manter a compostura: tendência a sentir ansiedade, se vivenciamos mais emoções positivas ou negativas e se tendemos a internalizar ou externalizar nossas emoções.
3. Nossa capacidade de envolver pessoas e gerenciar relacionamentos: em particular, a sociabilidade geral, capacidade de resolver tensões e gerenciar conflitos e atitudes em relação à autoridade.
Embora a maioria das pessoas possa nunca conseguir mudar e considere difícil reprogramar estas tendências, há algumas ações que podem ser feitas para tentar melhorar.
*Uma delas é identificar o passado e entender quais experiências específicas levavam a elas e como isso as afetava em condições de pressão.
Após identificar o comportamento que você deseja parar, tente fazer um plano e usar técnicas, como uma frase que você repete para si ou até mesmo o simples fato de ficar de pé.
Por último, é possível criar um novo caminho, substituindo o comportamento, pode ser um script pronto para ajudar a gerenciar tensões.
Por exemplo, se você é um pessimista que é cauteloso em relação ao risco, convide otimistas a contribuir e garantir que você não perca nenhuma oportunidade.
Fonte:
Fortune Revista negócios.
Época Negócio – Futuro do trabalho.