A substituição de conversas olho no olho por “olho na tela” exige que reaprendamos a nos comunicar. Você está preparado?
Onze entre dez especialistas em comunicação vêm respondendo, diariamente, a um mesmo questionamento: como manter uma comunicação mais efetiva, quando o olho no olho passa a ser intermediado por uma tela?
Ainda que a reabertura gradual tenha se iniciado e que os escritórios lentamente voltarão a receber os seus ocupantes naturais, o momento pede vigilância e, acima de tudo, prudência, visto que incerteza + ansiedade podem resultar em uma mistura explosiva e, em certa medida, letal.
Embora a Covid-19 pareça não ser eterna, a experiência do confinamento que no Brasil completará quatro meses em 15 de julho, deixará sequelas e provocará mudanças permanentes na forma como vivemos e principalmente, comunicamos.
As dúvidas são muitas.
Se o contato pessoal segue restrito e com isso, os relacionamentos permanecem em sua maioria virtuais, como comunicar?
Como se conectar com stakeholders tão diversos, quanto colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes e prospects, acertar o tom de voz e evitar mal-entendidos em conversas distanciadas pelo vídeo, telefone, e-mail e o WhatsApp?
Sem a riqueza da presença, do feedback imediato permitido por ela e das suas inúmeras dicas sociais, como transmitir mensagens que conectam em um contexto frio e remoto?
Veja quatro estratégias poderosas para você maximizar sua conversação virtual:
Nunca se esqueça: o tempo dos outros é tão ou mais valioso do que o seu. Logo, um bom roteiro daquilo que será conversado é essencial para gerenciar expectativas e atingir os objetivos propostos na conversa. Anotar os tópicos e dividi-los com os participantes com antecedência contribui bastante para a assertividade da reunião tenha ela o tempo que tiver. Se o bate-papo pedir perguntas, deixe para o final, e com período pré-estabelecido.
Treine o olhar e as mãos
No ambiente virtual, pequenos detalhes ganham enorme importância. Na tela, o foco está em seus gestos e atitudes. Logo, manter contato visual é essencial para estabelecer uma ponte de confiança com o seu interlocutor. Olhar diretamente para a câmera (e não para os vídeos em miniatura) transmite firmeza e atenção. Outra saída interessante é, no caso de uma apresentação ou palestra, procurar fazê-la em pé e com passador de slides. Isso o ajudará a projetar seu equilíbrio e assertividade.
Aja como um profissional
No virtual, a parte técnica se mostra tão importante quanto o conteúdo. E por uma simples razão: sem ela, fica impossível passar a mensagem. Preparar o ambiente de trabalho, de preferência silencioso, organizado, bem iluminado e com equipamentos técnicos que esbanjem qualidade, é vital: no mínimo, Internet confiável, iluminação dedicada, câmera nítida, microfone de mesa ou fone de ouvido com cancelamento de ruído. Para uma melhor experiência, a câmera deve estar sempre na altura dos olhos. Uma dica é liga-la antes e verificar como você se sente com aquilo que vê.
Comunicação é consistência, recorrência e ritmo. Consistência na mensagem, reforço da mesma (ou dos seus principais elementos) e engajamento em alta. Envolver o interlocutor por meio de uma melhor imponência da voz, um tom que denote emoção e um real empenho em implica-lo genuinamente no que está sendo dito fará a diferença no resultado que você presente atingir.
Na comunicação virtual do Novo Normal, cada palavra importa, assim como seu tom, sentimentos envolvidos e a parafernália técnica (sim!) que garante a transmissão de uma mensagem limpa. Seja você o líder, colaborador do time ou convidado, tenha ciência de que a comunicação só se mostra efetiva quando todos saem alinhados.
“Comunicação não é o que você fala, mas o que o outro entende”, diz um velho ditado. E você é diretamente responsável por isso.
Fonte:
Época Negócios.